Este Blog foi construído a partir de uma parceria construtiva entre professores da Universidade Federal de Pernambuco, alunas do 5º período do curso de Pedagogia, alunos do 2º ano de uma Escola Municipal do bairro da Várzea/Recife e professores desta mesma instituição. O blog foi uma produção final de um plano de aula elaborado pelas alunas do 5º período durante a disciplina acadêmica do curso de Pedagogia: "PPP 4 - Pesquisa e Prática Pedagógica 4", do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino no semestre de 2010.2. Assim, a disciplina em questão direciona os alunos a fazerem o exercício e análise da prática pedagógica docente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, nas áreas de Língua Portuguesa e História, considerando a interdisciplinaridade nessas duas áreas, bem como em outras áreas do saber. A partir do plano de aula elaborado pelas alunas de Pedagogia, o tema a ser trabalhado durante o estágio de regência na área de História foi “A história do bairro da Várzea" no qual foi feito um recorte sobre o surgimento deste bairro, principalmente pelo fato da escola ser localizada nele. No que se refere à área de Língua Portuguesa foi objetivado a construção do gênero textual digital "blog". Porém, durante as atividades realizadas nas regências na turma, outros gêneros textuais foram trabalhados para que os alunos pudessem se familiarizar com diversos gêneros textuais que se realizam socialmente.
Podemos compreender como paisagem tudo aquilo que nós conseguimos enxergar. Em outra definição, paisagem é um sistema complexo e dinâmico, em que diferentes fatores naturais, culturais e sócio-econômicos.
Fonte: www.google.com.br
Fonte: www.google.com.br
Paisagem Natural e Humanizada / modificada
A paisagem natural:
A paisagem natural é formada pelos elementos naturais,. Portanto, é tudo aquilo que não foi criado pelo homem: as flores, as ilhas, os animais, as florestas, etc.
A paisagem humanizada:
A paisagem humanizada é aquela que foi modificada pelo homem, na necessidade de construir casas, prédios, fábricas, avenidas, etc.
1ª Regência
Objetivamos que os alunos aprendessem a:
Compreender o que é paisagem;
Utilizar a observação e a descrição na leitura direta ou indireta da paisagem, sobretudo através de ilustrações e da linguagem oral;
Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos que diferentes grupos sociais se apropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações de trabalho, nos hábitos cotidianos, etc.
Conteúdos de ensino
Estudo da paisagem - O que é paisagem?
Paisagem natural e paisagem humanizada / modificada;
As relações da paisagem local com outras paisagens.
Atividades:
Concepção dos alunos sobre paisagem
Concepção dos alunos sobre paisagem natural e modificada
Paisagens do Bairro da Várzea:
Fonte: www.google.com.br - Cemitério do bairro da Várzea
Fonte: www.google.com.br - Instituto Brennand
Fonte: www.google.com.br - Bairro da Várzea
Fonte: www.google.com.br - Praça da Várzea
Fonte: www.google.com.br - Universidade Federal de Pernambuco / Várzea
Aula 1: ler em grupo sobre o conteúdo e desenhar sobre o que estavam lendo.
Aula 2: produção de relato histórico sobre o conteúdo.
Conteúdo:
Igrejas da Várzea
Na praça matriz da Várzea encontram-se duas igrejas a de Nossa Senhora do Rosário ao centro e a igreja de Nossa Senhora do Livramento.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário:
A primeira capela da Várzea foi construída em 1612 e hoje se chama Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. Nela foi sepultado, em 1648, Dom Antônio Felipe Camarão, governador dos índios e que se destacou nas lutas para a expulsão dos holandeses na capitania de Pernambuco. Em 29 de Novembro de 1859, Dom Pedro II visitou a Várzea para se inteirar desse novo sítio histórico e concedeu à Matriz o título de “Imperial Matriz de Nossa Senhora do Rosário da Várzea”, com direito de levar a coroa imperial na fachada.
Igreja de Nossa Senhora do Livramento:
A igreja Nossa Senhora do Livramento pertencia a um grupo de homens escravos. Apesar da bela entrada, que conserva suas características primitivas, não está em perfeitas condições e por dentro já foi toda restaurada. Possui ainda um prédio de dois pavimentos no qual funcionou o seminário da Várzea, hoje apenas serve de morada para os padres.
Aula 1: ler em grupo sobre o conteúdo e desenhar sobre o que estavam lendo.
Aula 2: produção de relato histórico sobre o conteúdo.
Conteúdo:
Usina São João da Várzea:
No ano 1914 a Usina São João da Várzea tinha 11 quilômetros de estrada de ferro, sete tanques para álcool e uma produção de setenta mil toneladas de açúcar. Em 1929, com a morte do seu fundador (Francisco do Rego Barros de Lacerda), a usina passa a ser dirigida por sua viúva, D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, que, em 1933, apresenta uma produção de trinta e sete mil sacos de açúcar, tendo, no ano seguinte, transferido a sua propriedade para os irmãos Ricardo Lacerda de Almeida Brennand e Antônio Luís de Almeida Brennand, proprietários da usina Santo Inácio.
A Usina São João da Várzea continuou em atividade até o ano de 1943, quando encerrou a sua produção de açúcar e álcool, e depois passou a fazer outras atividades industriais. Naquela extensa área, antes ocupada pelos canaviais dos engenhos e depois pela usina, foram construídas cerâmicas, bem como fábricas de azulejos, de porcelana, de vidros, siderúrgica e outras unidades do Grupo Brennand.
A Várzea é o segundo maior bairro em extensão territorial do município, ocupando uma área de aproximadamente 2.260 hectares, com uma população de 64.512 habitantes, que, de acordo com o IBGE tinham uma renda mensal de em torno de R$ 700,00. Em 1746 essa freguesia podia contar com 2.998 habitantes, 18 capelas, 11 engenhos em atividade e quatro de fogo morto (ou seja, desativados), o que nos revela como a população cresceu. O bairro integra a quarta região político-administrativa do recife (RPA-4) se localiza a oeste da cidade do Recife, fica entre os bairros do Curado, Cidade Universitária, Iputinga e Caxangá. A Várzea é bastante arborizada, cortada pelo rio Capibaribe, não apresenta muitos edifícios, a residência em sua maioria são casas e os poucos prédios que tem geralmente são de até seis andares. Essa "arrumação" arquitetural proporciona benefícios aos moradores, pois tem melhor passagem do ar, sendo, portanto um dos bairros com o clima mais agradável.
O comércio é bastante estático, ou melhor, não tem muito crescimento, é um comércio muito artesanal, iniciado pela própria população local em busca de renda para sustentar a família. Apesar de o comercio não esta em crescimento, a Várzea é palco de grandes atividades culturais, é na Várzea que se encontra o Instituto Ricardo Brennand (com um acervo de peças medievais); O ateliê de Francisco Brennand (que retrata esculturas em argila); o Conservatório da Várzea; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (datada de 1612); a Arquidiocese de Olinda e Recife (criada em 15 de julho de 1614), além de outros pontos como a sede da Oi e a Companhia Industrial de Vidros (CIV), uma empresa que é um exemplo de sucesso, pois é responsável pela geração de vários empregos diretos e indiretos, não só em Recife, como em Vitória, Salvador e Fortaleza, locais onde possui fábrica.
Apesar de possuir grandes centros culturais, bastante conhecidos, a praça pública da Várzea é um grande palco para eventos promovidos pela população local, ou ate mesmo outros trazidos por autores em descobrimento. Sendo assim, sede de grandes amostras culturais.
Além de possuir toda essa estrutura, a Várzea ainda é privilegiada pela sua localização. O bairro se encontra muito próximo à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como também o Centro Federal de Educação de Pernambuco (CEFET-PE), e a Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE), sendo assim, ela consegue abrigar vários estudantes que vem de outros estados, municípios em busca de uma melhor formação, e estadia. Por isso, o transporte é bastante eclético, para que se possa atender a demanda que existe; pois é a Várzea o local onde se encontra grandes terminais integrados, como o de TI Camaragibe, TI Macaxeira, TI Barro e TI Caxangá nessa área é o mais utilizado.
As terras da Várzea foram as primeiras a serem repartidas entre os colonos portugueses que iniciaram a povoação de Pernambuco. A várzea do Capibaribe foi escolhida para o plantio de cana-de-açúcar. O 1º engenho do lugar foi o Santo Antônio fundado nos primeiros anos da colonização por Diego Gonçalves, e o que ficaria mais conhecido foi o Engenho São João. As terras eram férteis, com água em abundância e logo os engenhos se multiplicaram.
No ano de 1630 a Várzea do Capibaribe tinha 16 engenhos de açúcar em plena atividade. Na parte mais central das terras, à margem direita do rio, foi-se formando uma povoação, o povoado teve crescimento rápido. Existiam muitos habitantes, 18 capelas e 11 engenhos em atividade. Com o comércio crescendo no Centro do Recife, esses engenhos antigos, incluindo o São João, foram transformados em celeiros da cidade, com plantio de alface, feijão e frutas, além da cana.
A povoação da Várzea virou uma disputada colônia de férias. As águas cristalinas do rio atraíam recifenses que vinham de todas as partes da cidade. Esses banhos (que diziam ter poder de cura) movimentaram a localidade até 1880, quando teve início a poluição do Capibaribe e a colônia de férias perdeu força.
Aula 1: ler em grupo sobre o conteúdo e desenhar sobre o que estavam lendo.
Aula 2: produção de relato histórico sobre o conteúdo.
Conteúdo:
Casarões da Várzea
Vários casarões chamam a atenção no bairro da Várzea, um deles é onde está o Educandário Magalhães Bastos, no final da Rua Francisco Lacerda. Construído em 1897 por Napoleão Duarte, o prédio destinava-se, segundo placa comemorativa, ao "Asilo da Infância Desvalida”, onde tinha homens e mulheres idosos, e que foi fundado pelo Dom Antônio José de Magalhães Bastos, que era comerciante da cidade.
Há também o Instituto Santa Maria Mazzarello, fundado em 29 de março de 1938 e ainda hoje funciona no mesmo endereço. No início era uma escola para crianças, filhas dos operários da fábrica ao lado, que hoje é a TELEMAR. Esse Instituto acolhia essas crianças gratuitamente. Depois surgiu um ensino durante à noite para jovens operários, domésticas, um jardim de infância e um ginásio industrial. Porém gradativamente foram extintos esses ensinos com a implantação do 1º grau fundamental e os ensinos médios de 1º e 2º graus.
· Ler e interpretar informações contidas em textos / vídeos;
·Reconhecer, na paisagem local e no lugar em que se encontram inseridos a apropriação e transformação do mesmo pela ação de sua coletividade, de seu grupo social;
·Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e distância de modo a deslocar-se com autonomia e representar os lugares onde vivem e se relacionam;
·Movimentação no espaço, com base em diferentes pontos de referência e algumas indicações de direção e sentido;
·Compreender as implicações das ações humanas na/para a preservação e conservação do ambiente.
Conteúdos de ensino: Tratamento da informação;Preservação do ambiente (continuação);Paisagem local (continuação);Espaço e forma (localização e distância);História Local (continuação - bairro da Várzea).
Desenvolvimento
Após a exibição do vídeo "Lixo é no lixo" discutimos com os alunos a principal mensagem que o mesmo constrói sobre a preservação do ambiente. Assim, partimos das seguintes questões:
·O que o personagem principal fazia com o lixo?
·O que ele fazia era correto?
·O amigo dele o ajudou a preservar o ambiente?
·O que o amigo dele disse?
Posterior à discussão, divididos os alunos em grupos (4 alunos), disonibilizamos imagens de lixo nas ruas e fizemos a leitura dos textos imagéticos a partir das seguintes questões:
·O que vocês vêem nas imagens?
·São paisagens naturais ou modificadas?
·Esses lugares são assim mesmo ou alguém fez com que eles ficassem assim?
·Como a gente pode preservar esses ambientes?
Imagens utilizadas:
Posteriormente pedimos para que os alunos representassem as imagens sem o lixo nas ruas.
Desenhos dos alunos:
Leitura do texto "Mariana, Pedro e o bairro da Várzea"
MARIANA, PEDRO E O BAIRRO DA VÁRZEA
Mariana tem 10 anos de idade e mora na rua 16 de novembro, no bairro da Várzea, na cidade de Recife. No dia 24 de abril Mariana saiu com a sua mãe para conhecer o bairro e as ruas. No caminho, Mariana encontrou com seu amigo Pedro. Ele mora em outra rua, perto de Mariana, na rua 14 de março. Como estava sem fazer nada, Mariana convidou Pedro para conhecer o bairro onde moravam. Juntos andaram pelas ruas e encontraram várias construções: casas, padaria, farmácia, escola, mercado e praças. Quando entraram na padaria viram o padeiro colocar 18 pães na sacola de Dona Joana. Na farmácia viram 22 caixas de remédios no chão. Viram 8 janelas e 3 portões que cercam a escola. Também viram na praça do bairro 5 escorregos, 9 balanços, 13 gangorras e 15 bancos para sentar.
Mariana e Pedro enquanto conheciam o bairro da Várzea viram que a maioria das paisagens que tem lá são as paisagens humanizadas, aquelas que foram construídas pelas pessoas, mas que não há muitas paisagens naturais, aquelas que não sofreram modificações.
Como Mariana e Pedro gostam muito de ir à praça do bairro, que se chama "Praça Pinto Damásio", eles viram que a paisagem de lá não estava preservada, ou seja, havia lixo na calçada, perto dos brinquedos e da quadra de futebol.
Eles ficaram muito tristes porque não conseguiram brincar à vontade por causa do lixo que tinha um mau cheiro e estava atrapalhando a brincadeira. Na volta para casa, Mariana e Pedro contaram a seus pais sobre o passeio que fizeram, mas que poderia ter sido melhor se a praça onde gostam de brincar estivesse preservada e limpa.
Como podemos ajudar Mariana, Pedro e as pessoas a preservarem a praça do nosso bairro?
A partir dessa leitura relembramos o que foi visto na aula anterior, em que os alunos encontraram as expressões numéricas contidas no texto, finalizamos esta etapa com a atividade de escrita de número:
Imagem
Pantindo para a próxima etapa:
Resgatando o que foi visto na aula anterior - exibição do vídeo sobre o bairro da Várzea.
Depois das exibições partimos para as seguintes questões:
·Que tipos de imagens vocês viram no vídeo?
·Alguma imagem faz parte do seu caminho quando vem para a escola?
·O que vocês vêem no caminho de casa para a escola?
·Quais as paisagens?
·Há lixo nas ruas?
Ao finalizar a discussão sobre os vídeos sugerimos aos alunos para que produzissem um pequeno texto contando sobre o caminho que fazem de casa para a escola.
Textos:
Objetivamos com essas atividades e materiais utilizados que os alunos pudessem resgatar o conteúdo visto nas aulas anteriores, principalmente o que foi visto na atividade de regência quando os alunos estavam no 2º ano do 1º ciclo (2010.2), visto que hoje estão no 3º ano do 1º ciclo. Assim, no que foi visto no período de 2010.2 sobre a história do bairro da Várzea, pudemos contextualizar esse mesmo conteúdo com o que os alunos estavam estudando nas regências vigentes, ou seja, no que vimos até então.